quinta-feira, 12 de junho de 2008

Porquê???

Porquê, porquê, porquê?? estala no meu cérebro a pergunta, estala e doi, doi com muita força, dor que não no físico mas na mente.
Que segundos efémeros, do tamanho da tua efémera vida, do tamanho do teu pequeno corpinho.
Tinhas acabado o teu vôo matinal com o Pipo, livre na sala, se se entender como livre uns metros de um corredor que nunca ainda te tinhas atrevido a ultrapassar. O Pipo já te aguardava na gaiola, faltaste-me tu no segundo seguinte. Alteras-te o corredor, alargaste o espaço... e no segundo seguinte vi que nada podia fazer.
Do alto do parapeito da janela inadvertidamente aberta, olhaste-me, fixei-te, pedi-te " não vás", mas foste atraída pela frescura da manhã, mais forte e traiçoeira, lançaste-te então num vôo para a frente e o "corredor" de "Liberdade" tornou-se enorme.
Que sensação Mimi, a tua de enorme prazer a minha de pavor, de impotência, de não querer acreditar no que os meus olhos deixaram de ver em milésimos de segundos.
Que corpinho tão pequenino, dependeste de mim desde o teu 6º dia de vida, confiavas em mim, as mãos humanas foram mãos que te alimentaram durante dias e noites, peço a Deus que mãos humanas te consolem.
Bati a zona, pensando que como em casa criasses na rua um "corredor" de vida.
Espero ansiosa que o telefone toque dizendo-me que estás num outro "corredor" de vida, recolhida por mãos amigas que leram o meu apelo.
Até Sempre Mimi.

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